Hoje, falamos sobre ele: o tempo!
Surpreendentemente acometidas pela percepção de que os antigos ensinamentos não são esquecidos ou apagados pela incessante ininterruptabilidade dele, o tempo.
São falas e dizeres que hoje podem não fazer sentido, mas ao tempo, ah! A ele sim, o sentido está lá, no presente. Seja ele o da vida ou não. O rumo da vida, da morte, das certezas e incertezas, enfim, é incerto. Às vezes nos é imposto, como diriam os antigos: “goela abaixo”, ou simplesmente é aquele que nos aparece, ou ainda… some. Temos, diante disso, a opção de mudar, ou não. Mas o que nos foi dado na raiz, não nos sai, ao contrário, acaba por nos habitar. É incrível como nossa ancestralidade, com suas sementes, deixou raízes futuras que transcenderam gerações… Não sem um sentido ou significado.
Nosso habitar transita entre o passado, o presente e estende-se ao futuro, que maravilhoso perceber essas nuances. Elas precisam acontecer. Mas, não esqueçamos de que algumas coisas são intocáveis, precisam perdurar… Para mostrar ao mundo que o que pensamos não pode ser facilmente direcionado, que aquilo que queremos não pode ser facilmente influenciado. Precisamos de força diante à pressão tecnológica que nos invade diariamente, de diferentes formas. Não falamos aqui em ser contra ou a favor, a conversa é bem diferente… É sobre sermos fortes. Sermos essência diante à superficialidade. Sermos humanos e agirmos com humanidade. E isso o próprio tempo nos apresenta afinal, ele passa…, mas também perdura, então façamos dele, o nosso bem mais valioso. Que nos remeta a lembranças, mas que não nos prenda a elas, que nos remeta ao belo, mas que nos faça enxergar o contrário, que nos remeta ao importante, sem esquecermos a importância advinda do supérfluo.
Eis que no tempo encontramos ele, o ócio, tão fielmente temido pelo trabalho, na verdade, abominado por ele. Qual o problema? Faz parte do tempo ou, ao menos, deveria fazer…
Acreditamos então que é sobre isso.
Sobre a importância do ócio. Do vazio. Do nada. Do nada dedicado ao ser, ao meu eu, a mim. Da necessidade, diante a tantos bombardeios… do esvaziamento da mente, do corpo, para que nos habite a simplicidade do NADA.
Professoras Doutoras Ana Maria Soek e Emanuelle Milek



